Desabafo de leitor
Ler
um livro é uma experiência única e marcante. Mesmo depois de muitos anos e inúmeras
obras, minha opinião permanece exatamente a mesma. Tenho guardados até hoje o
segundo e o terceiro livros que li. Ganhei ambos de minha mãe, logo que entrei
na escola. Meu primeiro livro também foi ela quem me deu, mas infelizmente não
lembro o destino que ele teve. Acredito que tenha perdido a cruel guerra para
minha primeira tesoura escolar.
O
fato é que um simples estímulo familiar fez com que eu adquirisse o positivo hábito
da leitura, tanto de ficção quanto de obras didáticas, influenciando inclusive
na escolha da profissão que exerço hoje.
Sinceramente,
não entendo quando alguém me diz que não gosta de ler. Como uma pessoa pode não
gostar de aprender coisas novas, conhecer outros mundos, espantar-se com
costumes diversos aos seus e até mesmo vislumbrar imagens de um futuro
imaginado (que muitas vezes torna-se ou inspira a realidade)? Vide Júlio Verne
e George Orwell, para não prolongar o assunto.
É
compreensível que o entretenimento proporcionado pela tecnologia atual rivalize
com o livro (e de forma desleal), pois pouco ou nada exige dos receptores. A obra
literária, ao contrário, exercita o pensamento crítico, mas está sendo reduzida
a uma alternativa enfadonha, quando não forçada, de transmissão de conhecimento.
Hoje
em dia, muitos até se orgulham de nunca terem lido um livro de cabo a rabo.
Além de absurdo, soa como um insulto a um dos mais poderosos inventos da
humanidade. Para finalizar, uma frase do poeta Mario Quintana: ”Os verdadeiros
analfabetos são os que aprenderam a ler e não leem”.
Frank
Neres, jornalista, é redator da KB!Comunicação, responsável pelo conteúdo dos
projetos editorias.